Como pode haver um dia bom?
Se a cada momento sinto que estou mais velho,
Mais acabado, deprimido?
Como pode ser um dia bom,
Se me falta quase tudo de que preciso?
Falta vontade para viver,
Lutar e vencer,
Encarar tudo com alegria,
E viver intensamente,
Estampando o mais belo sorriso?
Como pode ter tudo o que deseja
Um sujeito com a língua preza,
Que não luta pelo que quer?
Que vive o hoje de forma amargurada,
Como se tudo desse em nada?
Como pode ser feliz
Quem teve medo de sê-lo?
De vivê-lo cada momento de jeito,
Com o efeito que precisava?
Não! Não pode ser,
Não pode haver,
Não pode ter um bom dia,
Quem não vive o mundo,
Quem não deseja o mundo
Assim repleto de alegria.
interessante o recurso linguítico entre dia bom em o posiçao a bom dia. quando se questiona a possibilidade de uma experiência positivamente significante e humanamente formativa, não é utilizado a forma usual bom dia, sim a inversão sintática dia bom, tornando-se mesmo em uma construção enfática, evidenciando a não realização em nossas vidas da "vivência" de um bom dia. na ocorrência final e única tem-se "bom dia" agora não questionada, mas afirmada por aquele que vive e deseja o mundo, assim, experimentando-o repleto de alegria. por isso a utilização da forma usual bom dia, que, embora usual, não é vivida por todos, porque são poucos os que têm coragem de assumir sua liberdade de viver um bom dia; a maioria, malfadada e abortada manifestação de pessoas, passa a ou pela vida somente se queixando de não ter um dia bom
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