APOSTILA 2º ANO 1º BIMESTRE 2012
AULA 01: [O HOMEM É LIBERDADE]
PENSAMENTO DO DIA: ”Um livro deve ser o machado que quebra o mar de gelo em nós mesmos”. Franz
Kafka
Dostoievski escreveu:
"Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Aí se situa o ponto
de partida do existencialismo. Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe,
fica o homem, por conseguinte, abandonado, já que não encontra em si, nem fora
de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de mais nada, não há desculpas
para ele. Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca
possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imutável; por
outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Se,
por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou
imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de
nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou
desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem
está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no
entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto
fizer. O existencialista não crê na força da paixão. Não pensará nunca que uma
bela paixão é uma torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos
atos e que, por conseguinte, tal paixão é uma desculpa. Pensa, sim, que o
homem é responsável por essa sua paixão. O existencialista não pensará também
que o homem pode encontrar auxílio num sinal dado sobre a terra, e que o há de
orientar; porque pensa que o homem decifra ele mesmo esse sinal como lhe
aprouver. Pensa, portanto, que o homem, sem qualquer apoio e sem qualquer
auxílio, está condenado a cada instante a inventar o homem. Disse Ponge num
belo artigo: "O homem é o futuro do homem". É perfeitamente exato.
Somente, se entende por isso que tal futuro está inscrito no céu, que Deus o
vê, nesse caso é um erro, até porque nem isso seria um futuro. Mas se entender
por isso que, seja qual for o homem, tem um futuro virgem que o espera, então
essa frase está certa.
[SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col.
Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973.
LEIA: ECO, Umberto. Segundo Diário Mínimo. São Paulo: Record, 2002.
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 01
AULA
02: [O QUE É POLÍTICA]
PENSAMENTO DO DIA: ”Pensar contra a
corrente de seu tempo é heróico, dizê-lo é uma loucura”. Eugéne Ionesco
A política é a atividade que diz respeito à vida pública.
Etimologicamente, polis, em grego,
significa "cidade". A política é portanto a arte de governar, de
gerir os destinos da cidade. O homem
político é aquele que atua na vida pública e é investido de poder para
imprimir determinado rumo à sociedade, tendo em vista o interesse comum.
A ação política não é
exclusividade de alguns seres especiais. Cada indivíduo, enquanto cidadão (filho da cidade) deveria ter espaços
de participação efetiva que em absoluto não se restringem apenas ao exercício
do voto! Este é apenas um dos
instrumentos da cidadania na sociedade democrática. Portanto, todos nós temos
uma dimensão política que precisa ser atuante.
Embora não se confunda com
as atividades comuns do homem (na família, trabalho, lazer etc.), a política de certa forma permeia
todas as atividades humanas o tempo todo. Interfere na vida de cada
um de múltiplas maneiras: na regulamentação legal das ações dos cidadãos, já
que as leis são feitas pelos representantes escolhidos pelo povo; na gestão dos
assuntos relativos à educação, saúde, abastecimento, transportes; nos
aparelhos repressivos como tribunais, polícia, prisões. É impossível pensar em
um setor sequer onde, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, a
influência da política não se exerça na vida de cada um.
Por exemplo, nas esquinas
movimentadas das grandes cidades costumamos ver vendedores de balas, limões,
etc. Na maioria das vezes são crianças. A primeira impressão é de que certas
pessoas escolhem de livre e espontânea vontade esse tipo de serviço, mas a
análise cuidadosa revela a realidade cruel do desemprego e conseqüentemente de
formas marginais de sobrevivência, como o subemprego. Diante das taxas de
escolarização, ficamos sabendo que pelo menos um terço das nossas crianças em
idade escolar se encontra fora da escola.
Não é possível analisar
tal situação como simples decorrência da vontade de cada um: as crianças não
freqüentam escola e estão soltas na rua não por vontade própria, nem porque
seus pais são relapsos. Antes, é preciso tentar entender por que o Brasil tem
um dos índices mais vergonhosos de distribuição de renda, ao mesmo tempo que
se situa entre os oito ou dez países mais ricos do mundo!
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Analise
a realidade cruel do desemprego em sua cidade". 20 linhas
DICA de LEITURA:
LEIA: KUNDERA, Milan. A
Insustentável Leveza do Ser. São Paulo: Record, 2002
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Apostila de Filosofia [2º ANO: 1º BIMESTRE] Página 02
Apostila de Filosofia [2º ANO: 1º BIMESTRE] Página 02
AULA
03: [O CIDADÃO NÃO EDUCADO]
PENSAMENTO DO DIA: ”Se lembra quando a
gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra
sempre, sempre acaba”. Renato Russo
(...) Nos dois últimos séculos, nos discursos
apologéticos sobre a democracia, jamais esteve ausente o argumento segundo o
qual o único modo de fazer com que um súdito transforme-se em cidadão é o de
lhe atribuir aqueles direitos que os escritores de direito público do século
passado tinham chamado de activae
civitatis*; com isso, a educação para a democracia surgiria no próprio
exercício da prática democrática. Primeiro vem a ditadura revolucionária e
apenas depois, num segundo tempo, o reino da virtude. Não, para o bom
democrata, o reino da virtude (que para Montesquieu constituía o princípio da
democracia contraposto ao medo, princípio do despotismo) é a própria
democracia, que, entendendo a virtude como amor pela coisa pública, dela não
pode privar-se e ao mesmo tempo a promove, a alimenta e reforça. Um dos trechos mais exemplares a este
respeito é o que se encontra no capítulo sobre a melhor forma de governo das Considerações sobre o governo representativo
de John Stuart Mill, na passagem em que ele divide os cidadãos em ativos e
passivos e esclarece que, em geral, os governantes preferem os segundos (pois
é mais fácil dominar súditos dóceis ou indiferentes), mas a democracia
necessita dos primeiros. Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, ele
conclui, os governantes acabariam prazerosamente por transformar seus súditos
num bando de ovelhas dedicadas tão-somente a pastar o capim uma ao lado da
outra {e a não reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é escasso).
Isto o levava a propor a extensão do sufrágio às classes populares, com base no
argumento de que um dos remédios contra a tirania das maiorias encontra-se
exatamente na promoção da participação eleitoral não só das classes acomodadas
(que constituem sempre uma minoria e tendem naturalmente a assegurar os
próprios interesses exclusivos), mas também das classes populares. Stuart Mill
dizia: a participação eleitoral tem um grande valor educativo; é através da
discussão política que o operário, cujo trabalho é repetitivo e concentrado no
horizonte limitado da fábrica, consegue compreender a conexão existente entre
eventos distantes e o seu interesse pessoal e estabelecer relações com
cidadãos diversos daqueles com os quais mantém relações cotidianas,
tornando-se assim membro consciente de uma comunidade.
* Em latim no original: cidadania
ativa, direitos do cidadão. (N. do T.)
[BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 1986. p. 31-32.]
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça
um paralelo entre cidadania ativa e os direitos do cidadão".
DICA de LEITURA:
LEIA: MARQUES, Gabriel Garcia. Cem Anos
de Solidão São Paulo: Record,
2002.
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 03
AULA
04: [DE REPENTE, APARECE A GENTE]
PENSAMENTO DO
DIA:
“Escolhe cedo
um ideal que possa perdurar por toda a tua vida.” Dênis
Diderot
(...) Se alguém tivesse
tido esta tarde o bom humor de sair pelas ruas da cidade vestido com elmo,
lança e cota de malha, o mais provável é que dormisse esta noite num manicômio
ou numa delegacia de polícia. Porque não é uso, não é costume. Em compensação,
se esse alguém faz o mesmo num dia de carnaval, é possível que lhe concedam o
primeiro prêmio de mascarado. Por quê? Porque é uso, porque é costume mascarar-se
nessas festas. De modo que uma ação tão humana, como é a de se vestir, não a
realizamos por própria inspiração, mas nos vestimos de uma maneira e não de
outra, simplesmente porque se usa. Ora, o usual, o costumeiro, fazemo-lo porque
se faz. Mas, quem faz o que se faz? Ora!... A gente. Muito bem! E quem é a
gente? Ora... Todos, ninguém determinado. Isso nos leva a reparar que uma
enorme porção de nossas vidas se compõe de coisas que fazemos, não por gosto,
nem inspiração, nem conta própria, mas simplesmente porque a gente as faz e,
como o Estado, antes, a gente, agora, nos força a ações humanas que provêm
dela e não de nós.
Pega:
uma espécie de ave.
E mais ainda:
comportamo-nos em nossa vida orientando-nos, nos pensamentos que temos, sobre
o que as coisas são; mas se dermos um balanço dessas idéias ou opiniões, com as
quais e das quais vivemos, acharemos com surpresa que muitas delas — talvez a
maioria — não as pensamos nunca por nossa conta, com plena e responsável
evidência de sua verdade; ao contrário, pensamo-las porque as ouvimos e
dizemo-las porque se dizem. Eis aqui
este estranho impessoal, o se, que agora aparece instalado dentro de nós,
formando parte de nós, pensando ele idéias que nós simplesmente pronunciamos.
Muito bem. E então; quem
diz o que se diz? Sem dúvida, cada um
de nós; mas dizemos "o que
dizemos" como o guarda nos impede o passo; dizemo-lo, não por conta
própria, mas por conta desse sujeito impossível de capturar, indeterminado e
irresponsável que é a gente, a sociedade,
a coletividade. Na medida em que penso e falo — não por própria e
individual evidência, mas repetindo isso que se diz e que se opina — minha
vida deixa de ser minha, deixo de ser o personagem individualíssimo que sou, e
atuo por conta da sociedade: sou um autômato social, estou socializado.
ORTEGA Y GASSET. O homem e a gente. Rio de
Janeiro, Livro Ibero-Americano, 1960.
QUESTIONAMENTOS:
1.
Como de repente aparece a gente?
2. Muito
bem! E quem é a gente?
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça
um apanhado histórico da existência humana: Se posicione, tenha atitude”. 20 linhas
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AULA 05: [A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA]
PENSAMENTO DO DIA: “Posso não concordar com nada do que dizes, mas morro defendendo o seu direito de dizê-lo”. Voltaire
Quando concebemos um Deus
criador, esse Deus identificamo-lo quase sempre com um artífice superior; e
qualquer que seja a doutrina que consideremos, trate-se duma doutrina como a de
Descartes ou a de Leibniz, admitimos
sempre que a vontade segue mais ou menos a inteligência ou pelo menos a acompanha,
e que Deus, quando cria, sabe perfeitamente o que cria. Assim o conceito do
homem, no espírito de Deus, é assimilável ao conceito de um corta-papel no
espírito do industrial; e Deus produz o homem segundo técnicas e uma concepção,
exatamente como o artífice fabrica um corta-papel segundo uma definição e uma
técnica. Assim o homem individual realiza um certo conceito que está na
inteligência divina. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprime-se
a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. Tal
idéia encontramo-la nós um pouco em todo o lado: encontramo-la em Diderot, em
Voltaire e até mesmo num Kant. O homem possui uma natureza humana; esta
natureza, que é o conceito humano, encontra-se em todos os homens, o que significa
que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal — o homem;
para Kant resulta de tal universalidade que o homem da selva, o homem
primitivo, como o burguês, estão adstritos à mesma definição e possuem as
mesmas qualidades de base. Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede
essa existência histórica que encontramos na natureza. (...) O existencialismo
ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe,
há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que
existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o
homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significará aqui o
dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente
existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal
como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente
não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer.
Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. O homem
é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja. como ele se
concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a
existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do
existencialismo. É também a isso que se chama a subjetividade, e o que nos
censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão que o
homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós
queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de
mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar
no futuro. (...) Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o
homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do
existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir
a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é
responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela
sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col.
Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973.
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Então
o homem é como ele quer ser”. 20 linhas
DICA DE LEITURA:
LEIA: ALIGHIERI, Dante. A
Divina Comédia. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2002.
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE] Página 05
PENSAMENTO DO DIA: “O maior bem que pode existir em um Estado é ter verdadeiros filósofos”. René Descartes
Uma imagem simbólica de
particular interesse é a do Superman. O herói provido de poderes superiores
aos do homem comum é uma constante da imaginação popular, de Hércules a
Sigfrid, de Roldão a Pantagruel e até a Peter Pan. Freqüentemente, a virtude do
herói se humaniza, e os seus poderes, mais que sobrenaturais, são a alta
realização de um poder natural, a astúcia, a velocidade, a habilidade bélica,
e mesmo a inteligência silogizante e o puro espírito de observação, como
acontece em Sherlock Holmes. Mas numa sociedade particularmente nivelada, em
que as perturbações psicológicas, as frustrações, os complexos de inferioridade
estão na ordem do dia; numa sociedade industrial, onde o homem se torna número
no âmbito de uma organização que decide por ele, onde a força individual, se
não exercitada na atividade esportiva, permanece humilhada diante da força da
máquina que age pelo homem e determina os movimentos mesmos do homem.
O Superman é o mito típico
de tal gênero de leitores: o Superman não é um terráqueo, mas chegou à Terra,
ainda menino, vindo do planeta Crípton. Crípton estava para ser destruído por
uma catástrofe cósmica e o pai do Superman, hábil cientista, conseguira pôr o
filho a salvo, confiando-o a um veículo espacial. Crescido na Terra, o
Superman vê-se dotado de poderes sobre-humanos. Sua força é praticamente ilimitada,
ele pode voar no espaço a uma velocidade igual à da luz, e quando ultrapassa
essa velocidade atravessa a barreira do tempo, e pode transferir-se para
outras épocas. Com a simples pressão das mãos, pode submeter o carbono a uma
tal temperatura que o transforma em diamante; em poucos segundos, a uma
velocidade supersônica, pode derrubar uma floresta inteira, transformar árvores
em toros e construir com eles uma aldeia ou um navio; pode perfurar montanhas,
levantar transatlânticos, abater ou edificar diques; seus olhos de raios X
permitem-lhe ver através de qualquer corpo, a distâncias praticamente
ilimitadas, fundir com o olhar objetos de metal; seu superouvido coloca-o em
condições vantajosíssimas, permitindo-lhe escutar discursos de qualquer ponto
que provenham. É belo, humilde, bom e serviçal: sua vida é dedicada à luta
contra as forças do mal e a polícia tem nele um colaborador incansável.
Todavia, a imagem do
Superman não escapa totalmente às possibilidades de identificação por parte do
leitor. De fato, o Superman vive entre os homens sob as falsas vestes do
jornalista Clark Kent; e, como tal, é um tipo aparentemente medroso, tímido, de
medíocre inteligência, um pouco embaraçado, míope, súcubo da matriarcal e mui
solícita colega Miriam Lane, que, no entanto, o despreza, estando loucamente
enamorada do Superman. Narrativa mente, a dupla identidade do Superman tem uma
razão de ser, porque permite articular de modo bastante variado a narração das
aventuras do nosso herói, os equívocos, os lances teatrais, um certo suspense próprio de romance policial.
Mas, do ponto de vista mito poético, o achado chega mesmo a ser sapiente: de
fato, Clark Kent personaliza, de modo bastante típico, o leitor médio torturado
por complexos e desprezado pelos seus
semelhantes; através de um óbvio processo de identificação, um accountant qualquer, de uma cidade
norte-americana qualquer, nutre secretamente a esperança de que um dia, das
vestes da sua atual personalidade, possa florir um super-homem capaz de
resgatar anos de mediocridade.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo, Perspectiva.
1970.
QUESTIONAMENTOS:
¹.
Estabeleça as características do Superman;
² Explique por existe o mito do Superman;
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 06
AULA 07: [A HERANÇA ILUMINISTA]
PENSAMENTO DO DIA: “Os artistas pensam segundo as palavras e os filósofos pensam segundo as leis”. Albert Camus
"A Ilustração
foi, apesar de tudo, a proposta mais generosa de emancipação jamais oferecida
ao gênero humano. Ela acenou ao homem com a possibilidade de construir
racionalmente o seu destino, livre da tirania e da superstição. Propôs ideais
de paz e tolerância, que até hoje não se realizaram. Mostrou o caminho para que
nos libertássemos do reino da necessidade, através do desenvolvimento das
forças produtivas.
Seu ideal de ciência era o
de um saber posto a serviço do homem, e não o de um saber cego, seguindo uma
lógica desvinculada de fins humanos. Sua moral era livre e visava uma liberdade
concreta, valorizando, como nenhum outro período, a vida das paixões e pregando
uma ordem em que o cidadão não fosse oprimido pelo Estado, o fiel não fosse
oprimido pela religião, e a mulher não fosse oprimida pelo homem. Sua doutrina
dos direitos humanos era abstrata, mas por isso mesmo universal, transcendendo
os limites do tempo e do espaço, suscetível de apropriações sempre novas, e
gerando continuamente novos objetivos políticos." Rouanet.)
Assim, a tarefa iniciada
por Kant, de superação da incapacidade humana de se servir do seu próprio
entendimento e ousar servir-se da própria razão, não poderá jamais ser
completada. É tarefa que precisa ser refeita a cada momento, a partir das duas
condições necessárias: o exercício da razão
crítica e da crítica racional.
Hoje, entretanto, os
conceitos de razão e de crítica devem ser reexaminados.
Quando falamos em razão,
não mais acreditamos ingenuamente que, só pelo fato de sermos homens, sejamos
automaticamente racionais. Devemos, a partir dos estudos de Freud e Marx, admitir
que a razão pode também ser deturpadora e pervertida, ou seja, admitir que
tanto os impulsos do inconsciente quanto a ideologia (ou falsa consciência)
são responsáveis por distorções que colocam a razão a serviço da mentira e do
poder.
O exercício da razão plena
é a tarefa do novo Iluminismo, que deve mostrar aos defensores do
irracionalismo que a crítica não-racional leva ao conformismo, uma vez que,
sem o trabalho conceituai, não há como sair da facticidade, ou seja, do
vivido.
Assim, a nova razão
crítica precisa: fazer a crítica dos limites internos e externos da razão,
consciente de sua vulnerabilidade ao irracional; estabelecer os princípios
éticos que fundamentam sua função normativa; vincular essa construção a raízes
sociais contemporâneas, submetendo-a
à prova de realidade. Esse
solo social aparece no processo comunicativo, dentro do qual os sujeitos
propõem e criticam argumentos, criticam as motivações subjacentes e
desenvolvem as capacidades humanas de saber, de busca da verdade, da justiça e
da autonomia.
QUESTIONAMENTOS:
1. Qual
era o ideal de ciência?
2. Como
é compreendida a incapacidade humana?
3. O
que precisa a nova visão crítica?
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Qual
deve ser a atitude do homem atual, que absorveu as ideias iluministas? 20 linhas
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 07
AULA 08: [ O NOVO ILUMINISMO]
PENSAMENTO DO DIA: “Os filósofos são mais anatomistas que os médicos: dissecam, mas não curam”. Antoine Rivarol
Assim, o novo Iluminismo
proclama sua crença no pluralismo e na tolerância e combate todos os
fanatismos, sabendo que eles não se originam da manipulação consciente do
clero e dos tiranos, como julgava a Ilustração, e sim da ação de mecanismos
sociais e psíquicos muito mais profundos. Revive a crença no progresso, mas o dissocia de toda
filosofia da história, que o concebe como uma tendência linear e automática, e
passa a vê-lo como algo de contingente, probabilístico e dependente da ação
consciente do homem. O único progresso humanamente relevante é o que contribui
de fato para o bem-estar de todos, e os automatismos do crescimento econômico
não bastam para assegurá-lo. O progresso, nesse sentido, não é uma doação
espontânea da técnica, mas uma construção intencional pela qual os homens
decidem o que deve ser produzido, como e para quem, evitando ao máximo os
custos sociais e ecológicos de uma industrialização selvagem. Esse progresso
não pode depender nem de decisões empresariais isoladas nem das diretrizes
burocráticas de um Estado centralizador, e sim de impulsos emanados da própria
sociedade. O Iluminismo mantém sua fé na ciência, mas sabe que ela precisa ser
controlada socialmente e que a pesquisa precisa obedecer a fins e valores
estabelecidos por consenso, para que ela não se converta numa força cega, a
serviço da guerra e da dominação. Repõe em circulação a noção kantiana da
"paz perpétua", com pleno conhecimento das forças sócio-econômicas
que conduzem à guerra. Resgata o ideal do cosmopolitismo, do Weltbürgertum, sabendo que nas condições
atuais a universalidade possível não poderá ir muito além da esfera cultural.
Assume como sua bandeira mais valiosa a doutrina dos direitos humanos, sem
ignorar que na maior parte da humanidade só profundas reformas sociais e
políticas podem assegurar sua fruição efetiva. Combate o poder ilegítimo,
consciente de que ele não se localiza apenas no Estado tirânico, mas também na
sociedade, em que ele se tornou invisível e total, molecular e difuso,
aprisionando o indivíduo em suas malhas tão seguramente como na época da
monarquia absoluta. Luta pela liberdade, cônscio de que ela não pode ser
apenas o do citoyen rousseauísta, mas
também a de todos que se inserem em
campos setoriais de opressão, regidos por versões "regionais" da
dialética hegeliana do senhor e do escravo, como a relação homem-mulher,
heterossexual-homossexual, etnia dominante-etnias minoritárias. Advoga uma
moral nâo-repressiva, derivada da moral da Ilustração, que favoreceu a plena
liberação das paixões, mas não a funda numa razão legiferante, que descobre por
atos individuais de intuição normas válidas para todos os homens, e sim num
processo consensual que permite o trânsito de uma normatividade heterônoma para
uma normatividade autônoma. Sabe, enfim, que grande parte desses valores só
podem ser realizados pela mudança das relações sociais, mas não desconhece que
as tentativas até hoje empreendidas para mudá-las levaram a novas formas de
tirania. (...)
ROUANET, Sérgio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo,
Companhia das Letras, 1987. p. 32-33.
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Fale
das novas razões do iluminismo: suas verdadeiras perspectivas”.
DICA DE LEITURA:
LEIA: DOSTOIÉVSKI. Crime e Castigo. Rio de Janeiro: Nova
Cultural, 2004.
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 08
PENSAMENTO DO DIA: “A filosofia é o melhor remédio para a mente”. Cícero
Em nossa vida
cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos. Dizemos, por exemplo, “eu
estou com a razão”, ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos
seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também dizemos
que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a
razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou
recuperar, como na frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”. Falamos
também frases como: “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que
você me pede”, querendo dizer com isso que queremos ouvir os motivos que alguém
tem para querer ou fazer alguma coisa. Fazemos perguntas como: “Qual a razão
disso?”, querendo saber qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão
parece ser alguma propriedade das coisas.
Por identificar
razão e certeza, a Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão
e lucidez (não ficar ou não estar louco), a Filosofia chama nossa razão de luz
e luz natural; por identificar razão e motivo, por considerar que sempre agimos
e falamos movidos por motivos, a Filosofia afirma que somos seres racionais e
que nossa vontade é racional; por identificar razão e causa e por julgar que a
realidade opera de acordo com relações causais, a Filosofia afirma que a
realidade é racional.
É muito conhecida a
célebre frase de Pascal, filósofo francês do século XVII: “O coração tem razões
que a razão desconhece”. Nessa frase, as palavras razões e razão
não têm o mesmo significado, indicando coisas diversas. Razões são os
motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração;
este é o nome que damos para as emoções e paixões, enquanto “razão” é o nome
que damos à consciência intelectual e moral. Ao dizer que o coração tem suas
próprias razões, Pascal está afirmando que as emoções, os sentimentos ou as
paixões são causas de muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. Ao dizer
que a razão desconhece “as razões do coração”, Pascal está afirmando que a
consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos e que
ela é capaz de uma atividade própria não motivada e causada pelas emoções, mas
possuindo seus motivos ou suas próprias razões.
Assim, a frase de
Pascal pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional possui
causas e motivos (as “razões do coração”), que são as paixões ou os
sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade
intelectual, seja como atividade moral. A consciência é a razão. Coração e
razão, paixão e consciência intelectual ou moral são diferentes. Se alguém
“perde a razão” é porque está sendo arrastado pelas “razões do coração”. Se
alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual e a consciência
moral se tornaram mais fortes do que as paixões. A razão, enquanto consciência
moral, é a vontade racional livre que nãose deixa dominar pelos impulsos
passionais, mas realiza as ações morais como atos de virtude e de dever,
ditados pela inteligência ou pelo intelecto.
Todos esses sentidos
constituem a nossa idéia de razão. Nós a consideramos a consciência moral que
observa as paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação.
Nós a vemos como atividade intelectual de conhecimento da realidade natural,
social, psicológica, histórica. Nós a concebemos segundo o ideal da clareza, da
ordenação e do rigor e precisão dos pensamentos e das palavras. Para muitos
filósofos, porém, a razão não é apenas a capacidade moral e intelectual dos
seres humanos, mas também uma propriedade ou qualidade primordial das próprias
coisas, existindo na própria realidade.
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Explique
o processo da perda e recuperação da razão”
20 linhas
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 09
AULA 10: [ AMPLIANDO NOSSA IDÉIA DE RAZÃO]
PENSAMENTO DO DIA: “É sempre possível aprender alguma sabedoria com um sábio”. Eurípedes
A idéia de razão que
apresentamos até aqui e que constitui o ideal de racionalidade criado pela
sociedade européia ocidental sofreu alguns abalos profundos desde o início do
século XX. Aqui, vamos apenas oferecer alguns exemplos dos problemas que a
Filosofia precisou enfrentar e que levaram a uma ampliação da idéia da razão.
Um primeiro abalo
veio das ciências da Natureza ou, mais precisamente, da física e atingiu o
princípio do terceiro-excluído. A física da luz (ou óptica) descobriu que a luz
tanto pode ser explicada por ondas luminosas quanto por partículas
descontínuas. Isso significou que já não se podia dizer: “ou a luz se propaga
por ondas contínuas ou se propaga por partículas descontínuas”, como exigiria o
princípio do terceiro-excluído, mas sim que a luz pode propagar-se tanto de uma
maneira como de outra.
Por sua vez, a
física atômica ou quântica abalou o princípio da razão suficiente. Vimos que
esse princípio afirma que, conhecido A, posso determinar como dele
necessariamente resultará B, ou, conhecido B, posso determinar
necessariamente como era A que o causou. Em outras palavras, conhecido o
estado E de um fenômeno, posso deduzir como será o estado E2
ou E3 e vice-versa: conhecidos E3 e E2
posso dizer como era o estado E. Ora, a física dos átomos revelou que
isso não é possível, que não podemos saber as razões pelas quais os átomos se
movimentam, nem sua velocidade e direção, nem os efeitos que produzirão.
Esses dois problemas
levaram a introduzir um novo princípio racional na Natureza: o princípio da indeterminação. Assim, o princípio da razão suficiente é válido para os
fenômenos macroscópicos, enquanto o princípio da indeterminação é válido para
os fenômenos em escala hipermicroscópica.
Outro problema veio
abalar o princípio da identidade e da não-contradição. A física sempre
considerou que a Natureza obedece às leis universais da razão objetiva sem
depender da razão subjetiva. Em outras palavras, as leis da Natureza existem
por si mesmas, são necessárias e universais por si mesmas e não dependem do
sujeito do conhecimento.
A noção de ideologia
veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou científicos,
aparentemente rigorosos e verdadeiros, escondiam a realidade social, econômica
e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o conhecimento da verdade,
poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a serviço da
exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A razão seria um
instrumento da falsificação da realidade e de produção de ilusões pelas quais
uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.
A noção de
inconsciente, por sua vez, revelou que a razão é muito menos poderosa do que a
Filosofia imaginava, pois nossa consciência é, em grande parte, dirigida e
controlada por forças profundas e desconhecidas que permanecem inconscientes e
jamais se tornarão plenamente conscientes e racionais. Esse alargamento é
duplamente necessário e importante. Em primeiro lugar, porque ele exprime a
luta contra o colonialismo e contra o etnocentrismo - isto é, contra a visão de
que a “nossa” razão e a “nossa” cultura são superiores e melhores do que as dos
outros povos. Em segundo lugar, porque a razão estaria destinada ao fracasso se
não fosse capaz de oferecer para si mesma novos princípios exigidos pelo seu
próprio trabalho racional de conhecimento.
PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça
um paralelo entre a noção de Inconsciente e consciente".
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Apostila de Filosofia
[2º ANO: 1º BIMESTRE]
Página 10
AULA 11: MATRIX NOSSA DE CADA DIA
PENSAMENTO DO DIA: "No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade." (Albert Einstein)
Num
dos diálogos do filme Matrix, Morpheus questiona a Neo: "Você já
teve um sonho, Neo, em que você estava tão certo de que era real? E se você
fosse incapaz de acordar desse sonho?
Como
saberia a diferença entre o mundo do sonho e o real?"
Em
outro diálogo entre Morpheus e Neo, este procura a verdade:
Neo:
"O que é Matrix?"
Morpheus:
"Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o
mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade."
Neo:
"Que verdade?"
Morpheus:
"Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro.
Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar: Uma prisão para a sua
mente."
No
conceito de ideologia, podemos afirmar que vivemos numa matrix?
Será
que vivemos numa ilusão? Que tudo é uma faz-de-conta?
E
que essa ilusão nos aparece como real?
Além
disso, será que existe alguém que controla a matrix e tem em mãos a programação
de nossas vidas?
Nós
também temos nossa matrix, ela está aqui, como diz Morpheus, "está
em toda parte, é o mundo que acredita ser real para que não perceba a
verdade".
Não
existe uma grande realidade virtual, nem uma máquina que nos controla, mas
idéias e ideologia que nos fazem pensar que o mundo "é assim" e
"sempre será assim".
Ou seja, se existem desempregados é porque "esses não são capazes", se existe violência é porque certos "indivíduos são malvados", se existem políticos corruptos, "todos são corruptos", o mundo é feito de indivíduos de "sucesso" que devem dominar "os fracassados"...
Ou seja, se existem desempregados é porque "esses não são capazes", se existe violência é porque certos "indivíduos são malvados", se existem políticos corruptos, "todos são corruptos", o mundo é feito de indivíduos de "sucesso" que devem dominar "os fracassados"...
Enfim,
não existe alternativa e é melhor se adaptar ao mundo do que tentar modificá-lo.
O que existe em nossa realidade são idéias ou ideologias que servem de
justificação dos interesses de determinados grupos ou classes sociais.
Mas
o que significa isso? Por exemplo, certamente os que disseminam a idéia de que
o mundo sempre foi assim e sempre será se beneficiam da exploração e de sua
condição de superioridade (banqueiros, donos de terras, etc).
Não
interessa a eles mudar o mundo e fazer com que todos estejam bem. Suas
idéias passam a ser de todos.
Que
a juventude perceba que não podemos nos submeter a uma matrix ou ideologia, sem
termos consciência do que realmente somos e onde estamos inseridos na
sociedade.
Faz-se necessário desvendar a câmara oculta, a matrix, refletir criticamente sobre nossos pensamentos e idéias. Ou seja, pensar que nem tudo é óbvio, nem tudo pode ser normal, mas que a busca de uma sociedade mais justa e democrática requer um exercício sociológico e político para não sermos manipulados, dominados e não nos submetermos às vontades dos outros involuntariamente.
Faz-se necessário desvendar a câmara oculta, a matrix, refletir criticamente sobre nossos pensamentos e idéias. Ou seja, pensar que nem tudo é óbvio, nem tudo pode ser normal, mas que a busca de uma sociedade mais justa e democrática requer um exercício sociológico e político para não sermos manipulados, dominados e não nos submetermos às vontades dos outros involuntariamente.
Existem
idéias que devem ser contestadas e destruídas, para que não tenhamos que viver
numa profunda barbárie humana por causa delas. Neste aspecto, nos
colocamos ao lado de Morpheus, que sempre acreditou na libertação da humanidade
diante da Matrix e jamais supôs alguma possibilidade de conciliação com quem
dominava os homens.
ATIVIDADE PROPOSTA:
EXPLIQUE: ¹. A Idea de Matrix nossa de cada
dia para a juventude.
². Comente a ideia de Matrix
para Morpheus e Neo;
DICA DE LEITURA:
LEIA: Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos,
Abril Cultural, São Paulo, 1993.
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Apostila de Filosofia [2º
ANO] 1º Bimestre Página 11
AULA 12: NO MEIO DO CAMINHO
PENSAMENTO
DO DIA: “O caráter de um homem faz
o seu sentido”. Demócrito
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
no meio do caminho tinha uma pedra.
ATIVIDADE PROPOSTA:
¹. Após a leitura e reflexão produza um
texto com o mesmo tema. 20 linhas
².Explique o significado da pedra no
meio do caminho.
DICA DE LEITURA:
LEIA: AMADO, Jorge. Gabriela Cravo e Canela. Editora Record, Rio
de Janeiro, 2000.
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Apostila de Filosofia [2º
ANO] 1º Bimestre Página 12
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