terça-feira, 24 de abril de 2012

APOSTILA 2º ANO 1º BIMESTRE  2012
AULA 01: [O HOMEM É LIBERDADE]
PENSAMENTO DO DIA: ”Um livro deve ser o machado que quebra o mar de gelo em nós mesmos”. Franz Kafka

Dostoievski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Aí se si­tua o ponto de partida do existencialismo. Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe, fica o homem, por conseguinte, abandonado, já que não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de mais nada, não há desculpas para ele. Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imu­tável; por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Se, por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justifi­cações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. O existencialista não crê na força da paixão. Não pensará nunca que uma bela paixão é uma torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos atos e que, por conseguinte, tal paixão é uma desculpa. Pen­sa, sim, que o homem é responsável por essa sua paixão. O existencialista não pensará também que o homem pode encontrar auxílio num sinal dado sobre a terra, e que o há de orientar; porque pensa que o homem decifra ele mesmo esse sinal como lhe aprouver. Pensa, portanto, que o homem, sem qualquer apoio e sem qualquer auxílio, está condenado a cada instante a inventar o homem. Disse Ponge num belo artigo: "O homem é o futuro do homem". É perfeitamen­te exato. Somente, se entende por isso que tal futuro está inscrito no céu, que Deus o vê, nesse caso é um erro, até porque nem isso seria um futuro. Mas se entender por isso que, seja qual for o homem, tem um futuro virgem que o espera, então essa frase está certa.

[SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col. Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973.

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido".  20 linhas

DICA de LEITURA:

LEIA: ECO, Umberto. Segundo Diário Mínimo. São Paulo: Record, 2002.  



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Apostila de Filosofia           [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                                Página 01

AULA 02: [O QUE  É POLÍTICA]

PENSAMENTO DO DIA: ”Pensar contra a corrente de seu tempo é heróico, dizê-lo é uma loucura”. Eugéne Ionesco
                                                                          
A política é a atividade que diz res­peito à vida pública. Etimologicamen­te, polis, em grego, significa "cidade". A política é portanto a arte de gover­nar, de gerir os destinos da cidade. O homem político é aquele que atua na vi­da pública e é investido de poder pa­ra imprimir determinado rumo à so­ciedade, tendo em vista o interesse comum.
A ação política não é exclusividade de alguns seres especiais. Cada indiví­duo, enquanto cidadão (filho da cidade) deveria ter espaços de participação efe­tiva que em absoluto não se restringem apenas ao exercício do voto! Este é ape­nas um dos instrumentos da cidadania na sociedade democrática. Portanto, to­dos nós temos uma dimensão política que precisa ser atuante.
Embora não se confunda com as ati­vidades comuns do homem (na famí­lia, trabalho, lazer etc.), a política de certa forma permeia todas as atividades humanas o tempo todo. Interfere na vi­da de cada um de múltiplas maneiras: na regulamentação legal das ações dos cidadãos, já que as leis são feitas pelos representantes escolhidos pelo povo; na gestão dos assuntos relativos à edu­cação, saúde, abastecimento, transpor­tes; nos aparelhos repressivos como tri­bunais, polícia, prisões. É impossível pensar em um setor sequer onde, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, a influência da política não se exerça na vida de cada um.
Por exemplo, nas esquinas movi­mentadas das grandes cidades costu­mamos ver vendedores de balas, li­mões, etc. Na maioria das ve­zes são crianças. A primeira impressão é de que certas pessoas escolhem de li­vre e espontânea vontade esse tipo de serviço, mas a análise cuidadosa reve­la a realidade cruel do desemprego e conseqüentemente de formas marginais de sobrevivência, como o subemprego. Diante das taxas de escolarização, fica­mos sabendo que pelo menos um ter­ço das nossas crianças em idade esco­lar se encontra fora da escola.
Não é possível analisar tal situação como simples decorrência da vontade de cada um: as crianças não freqüen­tam escola e estão soltas na rua não por vontade própria, nem porque seus pais são relapsos. Antes, é preciso tentar en­tender por que o Brasil tem um dos ín­dices mais vergonhosos de distribuição de renda, ao mesmo tempo que se si­tua entre os oito ou dez países mais ri­cos do mundo!


PRODUÇÃO TEXTUAL: “Analise a realidade cruel do desemprego em sua cidade".  20 linhas

DICA de LEITURA:

LEIA: KUNDERA, Milan. A Insustentável Leveza do Ser. São Paulo: Record, 2002

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      Apostila de Filosofia                                  [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                 Página 02

AULA 03: [O CIDADÃO NÃO EDUCADO]

PENSAMENTO DO DIA: ”Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba”. Renato Russo
 (...) Nos dois últimos séculos, nos discursos apologéticos sobre a democra­cia, jamais esteve ausente o argumento segundo o qual o único modo de fazer com que um súdito transforme-se em cidadão é o de lhe atribuir aqueles direi­tos que os escritores de direito público do século passado tinham chamado de activae civitatis*; com isso, a educação para a democracia surgiria no próprio exercício da prática democrática. Primeiro vem a ditadura revo­lucionária e apenas depois, num segundo tempo, o reino da virtude. Não, para o bom democrata, o reino da virtude (que para Montesquieu constituía o princí­pio da democracia contraposto ao medo, princípio do despotismo) é a própria democracia, que, entendendo a virtude como amor pela coisa pública, dela não pode privar-se e ao mesmo tempo a promove, a alimenta e reforça. Um dos tre­chos mais exemplares a este respeito é o que se encontra no capítulo sobre a melhor forma de governo das Considerações sobre o governo representativo de John Stuart Mill, na passagem em que ele divide os cidadãos em ativos e passi­vos e esclarece que, em geral, os governantes preferem os segundos (pois é mais fácil dominar súditos dóceis ou indiferentes), mas a democracia necessita dos primeiros. Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, ele conclui, os gover­nantes acabariam prazerosamente por transformar seus súditos num bando de ovelhas dedicadas tão-somente a pastar o capim uma ao lado da outra {e a não reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é escasso). Isto o levava a propor a extensão do sufrágio às classes populares, com base no argumento de que um dos remédios contra a tirania das maiorias encontra-se exatamente na promoção da participação eleitoral não só das classes acomodadas (que cons­tituem sempre uma minoria e tendem naturalmente a assegurar os próprios in­teresses exclusivos), mas também das classes populares. Stuart Mill dizia: a par­ticipação eleitoral tem um grande valor educativo; é através da discussão políti­ca que o operário, cujo trabalho é repetitivo e concentrado no horizonte limita­do da fábrica, consegue compreender a conexão existente entre eventos distan­tes e o seu interesse pessoal e estabelecer relações com cidadãos diversos da­queles com os quais mantém relações cotidianas, tornando-se assim membro consciente de uma comunidade.

* Em latim no original: cidadania ativa, direitos do cidadão. (N. do T.)

[BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986. p. 31-32.]


PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça um paralelo entre cidadania ativa e os direitos do cidadão". 
  

DICA de LEITURA:
LEIA: MARQUES, Gabriel Garcia. Cem Anos de Solidão São Paulo: Record, 2002.

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Apostila de Filosofia                                      [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                    Página 03

AULA 04: [DE REPENTE, APARECE A GENTE]

PENSAMENTO DO DIA: “Escolhe cedo um ideal que possa perdurar por toda a tua vida.”         Dênis Diderot

(...) Se alguém tivesse tido esta tarde o bom humor de sair pelas ruas da cida­de vestido com elmo, lança e cota de malha, o mais provável é que dormisse esta noite num manicômio ou numa delegacia de polícia. Porque não é uso, não é costume. Em compensação, se esse alguém faz o mesmo num dia de carna­val, é possível que lhe concedam o primeiro prêmio de mascarado. Por quê? Porque é uso, porque é costume mascarar-se nessas festas. De modo que uma ação tão humana, como é a de se vestir, não a realizamos por própria inspira­ção, mas nos vestimos de uma maneira e não de outra, simplesmente porque se usa. Ora, o usual, o costumeiro, fazemo-lo porque se faz. Mas, quem faz o que se faz? Ora!... A gente. Muito bem! E quem é a gente? Ora... Todos, nin­guém determinado. Isso nos leva a reparar que uma enorme porção de nossas vidas se compõe de coisas que fazemos, não por gosto, nem inspiração, nem conta própria, mas simplesmente porque a gente as faz e, como o Estado, an­tes, a gente, agora, nos força a ações humanas que provêm dela e não de nós.
Pega: uma espécie de ave.
E mais ainda: comportamo-nos em nossa vida orientando-nos, nos pensamen­tos que temos, sobre o que as coisas são; mas se dermos um balanço dessas idéias ou opiniões, com as quais e das quais vivemos, acharemos com surpresa que muitas delas — talvez a maioria — não as pensamos nunca por nossa con­ta, com plena e responsável evidência de sua verdade; ao contrário, pensamo-las porque as ouvimos e dizemo-las porque se dizem. Eis aqui este estranho im­pessoal, o se, que agora aparece instalado dentro de nós, formando parte de nós, pensando ele idéias que nós simplesmente pronunciamos.
Muito bem. E então; quem diz o que se diz? Sem dúvida, cada um de nós; mas dizemos "o que dizemos" como o guarda nos impede o passo; dizemo-lo, não por conta própria, mas por conta desse sujeito impossível de capturar, in­determinado e irresponsável que é a gente, a sociedade, a coletividade. Na me­dida em que penso e falo — não por própria e individual evidência, mas repetin­do isso que se diz e que se opina — minha vida deixa de ser minha, deixo de ser o personagem individualíssimo que sou, e atuo por conta da sociedade: sou um autômato social, estou socializado.

ORTEGA Y GASSET. O homem e a gente. Rio de Janei­ro, Livro Ibero-Americano, 1960.

QUESTIONAMENTOS:

1.    Como de repente aparece a gente?
2.     Muito bem! E quem é a gente?


PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça um apanhado histórico da existência humana: Se posicione, tenha atitude”.       20 linhas




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AULA 05: [A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA]
PENSAMENTO DO DIA: “Posso não concordar com nada do que dizes, mas morro defendendo o seu direito de dizê-lo”. Voltaire           

Quando concebemos um Deus criador, esse Deus identificamo-lo quase sem­pre com um artífice superior; e qualquer que seja a doutrina que consideremos, trate-se duma doutrina como a de Descartes ou a de Leibniz, admitimos sempre que a vontade segue mais ou menos a inteligência ou pelo menos a acompa­nha, e que Deus, quando cria, sabe perfeitamente o que cria. Assim o conceito do homem, no espírito de Deus, é assimilável ao conceito de um corta-papel no espírito do industrial; e Deus produz o homem segundo técnicas e uma con­cepção, exatamente como o artífice fabrica um corta-papel segundo uma defi­nição e uma técnica. Assim o homem individual realiza um certo conceito que está na inteligência divina. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprime-se a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. Tal idéia encontramo-la nós um pouco em todo o lado: encontramo-la em Diderot, em Voltaire e até mesmo num Kant. O homem possui uma natureza huma­na; esta natureza, que é o conceito humano, encontra-se em todos os homens, o que significa que cada homem é um exemplo particular de um conceito uni­versal — o homem; para Kant resulta de tal universalidade que o homem da selva, o homem primitivo, como o burguês, estão adstritos à mesma definição e possuem as mesmas qualidades de base. Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede essa existência histórica que encontramos na natureza. (...) O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essên­cia, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significa­rá aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conce­ber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja. como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impul­so para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a subjetividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. (...) Mas se verdadeiramente a exis­tência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dize­mos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o ho­mem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanis­mo, Col. Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1973.

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Então o homem é como ele quer ser”.   20 linhas

DICA DE LEITURA:

LEIA: ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2002.

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Apostila de Filosofia                                      [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                   Página 05

AULA 06: [O MITO DO SUPERMAN]
PENSAMENTO DO DIA:O maior bem que pode existir em um Estado é ter verdadeiros filósofos”. René Descartes

Uma imagem simbólica de particular interesse é a do Superman. O herói pro­vido de poderes superiores aos do homem comum é uma constante da imagi­nação popular, de Hércules a Sigfrid, de Roldão a Pantagruel e até a Peter Pan. Freqüentemente, a virtude do herói se humaniza, e os seus poderes, mais que sobrenaturais, são a alta realização de um poder natural, a astúcia, a velocida­de, a habilidade bélica, e mesmo a inteligência silogizante e o puro espírito de observação, como acontece em Sherlock Holmes. Mas numa sociedade parti­cularmente nivelada, em que as perturbações psicológicas, as frustrações, os complexos de inferioridade estão na ordem do dia; numa sociedade industrial, onde o homem se torna número no âmbito de uma organização que decide por ele, onde a força individual, se não exercitada na atividade esportiva, permane­ce humilhada diante da força da máquina que age pelo homem e determina os movimentos mesmos do homem.
O Superman é o mito típico de tal gênero de leitores: o Superman não é um terráqueo, mas chegou à Terra, ainda menino, vindo do planeta Crípton. Crípton estava para ser destruído por uma catástrofe cósmica e o pai do Su­perman, hábil cientista, conseguira pôr o filho a salvo, confiando-o a um veícu­lo espacial. Crescido na Terra, o Superman vê-se dotado de poderes sobre-humanos. Sua força é praticamente ilimitada, ele pode voar no espaço a uma velocidade igual à da luz, e quando ultrapassa essa velocidade atravessa a bar­reira do tempo, e pode transferir-se para outras épocas. Com a simples pres­são das mãos, pode submeter o carbono a uma tal temperatura que o transfor­ma em diamante; em poucos segundos, a uma velocidade supersônica, pode derrubar uma floresta inteira, transformar árvores em toros e construir com eles uma aldeia ou um navio; pode perfurar montanhas, levantar transatlânti­cos, abater ou edificar diques; seus olhos de raios X permitem-lhe ver através de qualquer corpo, a distâncias praticamente ilimitadas, fundir com o olhar objetos de metal; seu superouvido coloca-o em condições vantajosíssimas, permitindo-lhe escutar discursos de qualquer ponto que provenham. É belo, humilde, bom e serviçal: sua vida é dedicada à luta contra as forças do mal e a polícia tem nele um colaborador incansável.
Todavia, a imagem do Superman não escapa totalmente às possibilidades de identificação por parte do leitor. De fato, o Superman vive entre os homens sob as falsas vestes do jornalista Clark Kent; e, como tal, é um tipo aparentemente medroso, tímido, de medíocre inteligência, um pouco embaraçado, míope, súcubo da matriarcal e mui solícita colega Miriam Lane, que, no entanto, o des­preza, estando loucamente enamorada do Superman. Narrativa mente, a dupla identidade do Superman tem uma razão de ser, porque permite articular de modo bastante variado a narração das aventuras do nosso herói, os equívocos, os lances teatrais, um certo suspense próprio de romance policial. Mas, do ponto de vista mito poético, o achado chega mesmo a ser sapiente: de fato, Clark Kent personaliza, de modo bastante típico, o leitor médio torturado por complexos e desprezado pelos seus semelhantes; através de um óbvio processo de identifi­cação, um accountant qualquer, de uma cidade norte-americana qualquer, nu­tre secretamente a esperança de que um dia, das vestes da sua atual personali­dade, possa florir um super-homem capaz de resgatar anos de mediocridade.

ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo, Perspectiva. 1970.

QUESTIONAMENTOS:
¹. Estabeleça as características do Superman;
² Explique por existe o mito do Superman;

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Apostila de Filosofia                                      [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                 Página 06


AULA 07: [A HERANÇA ILUMINISTA]
PENSAMENTO DO DIA: Os artistas pensam segundo as palavras e os filósofos pensam segundo as leis”. Albert Camus  

"A Ilustração foi, apesar de tudo, a proposta mais generosa de emancipa­ção jamais oferecida ao gênero huma­no. Ela acenou ao homem com a pos­sibilidade de construir racionalmente o seu destino, livre da tirania e da supers­tição. Propôs ideais de paz e tolerância, que até hoje não se realizaram. Mostrou o caminho para que nos libertássemos do reino da necessidade, através do desenvolvimento das forças produtivas.
Seu ideal de ciência era o de um saber posto a serviço do homem, e não o de um saber cego, seguindo uma lógica desvinculada de fins humanos. Sua moral era livre e visava uma liberdade concreta, valorizando, como nenhum outro período, a vida das paixões e pregando uma ordem em que o cidadão não fosse oprimido pelo Estado, o fiel não fosse oprimido pela religião, e a mulher não fosse oprimida pelo homem. Sua doutrina dos direitos humanos era abstrata, mas por isso mesmo universal, transcendendo os limites do tempo e do espaço, suscetível de apropriações sempre novas, e gerando continuamente novos objetivos políticos." Rouanet.)
Assim, a tarefa iniciada por Kant, de superação da incapacidade humana de se servir do seu próprio entendimento e ousar servir-se da própria razão, não poderá jamais ser completada. É tare­fa que precisa ser refeita a cada momento, a partir das duas condições neces­sárias: o exercício da razão crítica e da crítica racional.
Hoje, entretanto, os conceitos de ra­zão e de crítica devem ser reexami­nados.
Quando falamos em razão, não mais acreditamos ingenuamente que, só pelo fato de sermos homens, sejamos auto­maticamente racionais. Devemos, a partir dos estudos de Freud e Marx, ad­mitir que a razão pode também ser deturpadora e pervertida, ou seja, admi­tir que tanto os impulsos do inconscien­te quanto a ideologia (ou falsa consciên­cia) são responsáveis por distorções que colocam a razão a serviço da mentira e do poder.
O exercício da razão plena é a tarefa do novo Iluminismo, que deve mostrar aos defensores do irracionalismo que a crítica não-racional leva ao conformis­mo, uma vez que, sem o trabalho con­ceituai, não há como sair da facticidade, ou seja, do vivido.
Assim, a nova razão crítica precisa: fazer a crítica dos limites internos e externos da razão, consciente de sua vulnerabilidade ao irracional; estabelecer os princípios éticos que fundamentam sua função normativa; vincular essa construção a raízes sociais contemporâneas, submetendo-a
à prova de realidade. Esse solo social aparece no processo comunicativo, dentro do qual os sujeitos propõem e criticam argumentos, criticam as mo­tivações subjacentes e desenvolvem as capacidades humanas de saber, de busca da verdade, da justiça e da au­tonomia.

QUESTIONAMENTOS:
1.     Qual era o ideal de ciência?
2.     Como é compreendida a incapacidade humana?
3.     O que precisa a nova visão crítica?

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Qual deve ser a atitude do homem atual, que absorveu as ideias iluministas?    20 linhas

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Apostila de Filosofia                                     [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                   Página 07


AULA 08: [ O NOVO ILUMINISMO]
PENSAMENTO DO DIA: “Os filósofos são mais anatomistas que os médicos: dissecam, mas não curam”. Antoine Rivarol

Assim, o novo Iluminismo proclama sua crença no pluralismo e na tolerância e combate todos os fanatismos, sabendo que eles não se originam da manipula­ção consciente do clero e dos tiranos, como julgava a Ilustração, e sim da ação de mecanismos sociais e psíquicos muito mais profundos. Revive a crença no progresso, mas o dissocia de toda filosofia da história, que o concebe como uma tendência linear e automática, e passa a vê-lo como algo de contingente, probabilístico e dependente da ação consciente do homem. O único progresso humanamente relevante é o que contribui de fato para o bem-estar de todos, e os automatismos do crescimento econômico não bastam para assegurá-lo. O progres­so, nesse sentido, não é uma doação espontânea da técnica, mas uma constru­ção intencional pela qual os homens decidem o que deve ser produzido, como e para quem, evitando ao máximo os custos sociais e ecológicos de uma indus­trialização selvagem. Esse progresso não pode depender nem de decisões em­presariais isoladas nem das diretrizes burocráticas de um Estado centralizador, e sim de impulsos emanados da própria sociedade. O Iluminismo mantém sua fé na ciência, mas sabe que ela precisa ser controlada socialmente e que a pes­quisa precisa obedecer a fins e valores estabelecidos por consenso, para que ela não se converta numa força cega, a serviço da guerra e da dominação. Re­põe em circulação a noção kantiana da "paz perpétua", com pleno conhecimento das forças sócio-econômicas que conduzem à guerra. Resgata o ideal do cosmopolitismo, do Weltbürgertum, sabendo que nas condições atuais a universa­lidade possível não poderá ir muito além da esfera cultural. Assume como sua bandeira mais valiosa a doutrina dos direitos humanos, sem ignorar que na maior parte da humanidade só profundas reformas sociais e políticas podem assegu­rar sua fruição efetiva. Combate o poder ilegítimo, consciente de que ele não se localiza apenas no Estado tirânico, mas também na sociedade, em que ele se tornou invisível e total, molecular e difuso, aprisionando o indivíduo em suas malhas tão seguramente como na época da monarquia absoluta. Luta pela li­berdade, cônscio de que ela não pode ser apenas o do citoyen rousseauísta, mas também a de todos que se inserem em campos setoriais de opressão, regidos por versões "regionais" da dialética hegeliana do senhor e do escravo, como a relação homem-mulher, heterossexual-homossexual, etnia dominante-etnias minoritárias. Advoga uma moral nâo-repressiva, derivada da moral da Ilustra­ção, que favoreceu a plena liberação das paixões, mas não a funda numa razão legiferante, que descobre por atos individuais de intuição normas válidas para todos os homens, e sim num processo consensual que permite o trânsito de uma normatividade heterônoma para uma normatividade autônoma. Sabe, enfim, que grande parte desses valores só podem ser realizados pela mudança das relações sociais, mas não desconhece que as tentativas até hoje empreendidas para mudá-las levaram a novas formas de tirania. (...)

ROUANET, Sérgio Paulo. As razões do Iluminismo. São Paulo, Companhia das Letras, 1987. p. 32-33.

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Fale das novas razões do iluminismo: suas verdadeiras perspectivas”. 

DICA DE LEITURA:

LEIA: DOSTOIÉVSKI.  Crime e Castigo. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2004.
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Apostila de Filosofia                                       [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                 Página 08

AULA 09: [ COMO IDENTIFICAR A RAZÃO ]
PENSAMENTO DO DIA: “A filosofia é o melhor remédio para a mente”. Cícero

Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos. Dizemos, por exemplo, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também dizemos que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”. Falamos também frases como: “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede”, querendo dizer com isso que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou fazer alguma coisa. Fazemos perguntas como: “Qual a razão disso?”, querendo saber qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece ser alguma propriedade das coisas.
Por identificar razão e certeza, a Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão e lucidez (não ficar ou não estar louco), a Filosofia chama nossa razão de luz e luz natural; por identificar razão e motivo, por considerar que sempre agimos e falamos movidos por motivos, a Filosofia afirma que somos seres racionais e que nossa vontade é racional; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade opera de acordo com relações causais, a Filosofia afirma que a realidade é racional.
É muito conhecida a célebre frase de Pascal, filósofo francês do século XVII: “O coração tem razões que a razão desconhece”. Nessa frase, as palavras razões e razão não têm o mesmo significado, indicando coisas diversas. Razões são os motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração; este é o nome que damos para as emoções e paixões, enquanto “razão” é o nome que damos à consciência intelectual e moral. Ao dizer que o coração tem suas próprias razões, Pascal está afirmando que as emoções, os sentimentos ou as paixões são causas de muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. Ao dizer que a razão desconhece “as razões do coração”, Pascal está afirmando que a consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos e que ela é capaz de uma atividade própria não motivada e causada pelas emoções, mas possuindo seus motivos ou suas próprias razões.
Assim, a frase de Pascal pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional possui causas e motivos (as “razões do coração”), que são as paixões ou os sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade intelectual, seja como atividade moral. A consciência é a razão. Coração e razão, paixão e consciência intelectual ou moral são diferentes. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo arrastado pelas “razões do coração”. Se alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual e a consciência moral se tornaram mais fortes do que as paixões. A razão, enquanto consciência moral, é a vontade racional livre que nãose deixa dominar pelos impulsos passionais, mas realiza as ações morais como atos de virtude e de dever, ditados pela inteligência ou pelo intelecto.
Todos esses sentidos constituem a nossa idéia de razão. Nós a consideramos a consciência moral que observa as paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação. Nós a vemos como atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social, psicológica, histórica. Nós a concebemos segundo o ideal da clareza, da ordenação e do rigor e precisão dos pensamentos e das palavras. Para muitos filósofos, porém, a razão não é apenas a capacidade moral e intelectual dos seres humanos, mas também uma propriedade ou qualidade primordial das próprias coisas, existindo na própria realidade.

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Explique o processo da perda e recuperação da razão”   20 linhas

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Apostila de Filosofia                                       [2º ANO: 1º BIMESTRE]                               Página 09


AULA 10: [ AMPLIANDO NOSSA IDÉIA DE RAZÃO]
PENSAMENTO DO DIA: É sempre possível aprender alguma sabedoria com um sábio”. Eurípedes

A idéia de razão que apresentamos até aqui e que constitui o ideal de racionalidade criado pela sociedade européia ocidental sofreu alguns abalos profundos desde o início do século XX. Aqui, vamos apenas oferecer alguns exemplos dos problemas que a Filosofia precisou enfrentar e que levaram a uma ampliação da idéia da razão.
Um primeiro abalo veio das ciências da Natureza ou, mais precisamente, da física e atingiu o princípio do terceiro-excluído. A física da luz (ou óptica) descobriu que a luz tanto pode ser explicada por ondas luminosas quanto por partículas descontínuas. Isso significou que já não se podia dizer: “ou a luz se propaga por ondas contínuas ou se propaga por partículas descontínuas”, como exigiria o princípio do terceiro-excluído, mas sim que a luz pode propagar-se tanto de uma maneira como de outra.
Por sua vez, a física atômica ou quântica abalou o princípio da razão suficiente. Vimos que esse princípio afirma que, conhecido A, posso determinar como dele necessariamente resultará B, ou, conhecido B, posso determinar necessariamente como era A que o causou. Em outras palavras, conhecido o estado E de um fenômeno, posso deduzir como será o estado E2 ou E3 e vice-versa: conhecidos E3 e E2 posso dizer como era o estado E. Ora, a física dos átomos revelou que isso não é possível, que não podemos saber as razões pelas quais os átomos se movimentam, nem sua velocidade e direção, nem os efeitos que produzirão.
Esses dois problemas levaram a introduzir um novo princípio racional na Natureza: o princípio da indeterminação. Assim, o princípio da razão suficiente é válido para os fenômenos macroscópicos, enquanto o princípio da indeterminação é válido para os fenômenos em escala hipermicroscópica.
Outro problema veio abalar o princípio da identidade e da não-contradição. A física sempre considerou que a Natureza obedece às leis universais da razão objetiva sem depender da razão subjetiva. Em outras palavras, as leis da Natureza existem por si mesmas, são necessárias e universais por si mesmas e não dependem do sujeito do conhecimento.
A noção de ideologia veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou científicos, aparentemente rigorosos e verdadeiros, escondiam a realidade social, econômica e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o conhecimento da verdade, poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a serviço da exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A razão seria um instrumento da falsificação da realidade e de produção de ilusões pelas quais uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.
A noção de inconsciente, por sua vez, revelou que a razão é muito menos poderosa do que a Filosofia imaginava, pois nossa consciência é, em grande parte, dirigida e controlada por forças profundas e desconhecidas que permanecem inconscientes e jamais se tornarão plenamente conscientes e racionais. Esse alargamento é duplamente necessário e importante. Em primeiro lugar, porque ele exprime a luta contra o colonialismo e contra o etnocentrismo - isto é, contra a visão de que a “nossa” razão e a “nossa” cultura são superiores e melhores do que as dos outros povos. Em segundo lugar, porque a razão estaria destinada ao fracasso se não fosse capaz de oferecer para si mesma novos princípios exigidos pelo seu próprio trabalho racional de conhecimento.

PRODUÇÃO TEXTUAL: “Faça um paralelo entre a noção de Inconsciente e consciente". 
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Apostila de Filosofia                                     [2º ANO: 1º BIMESTRE]                                   Página 10


AULA 11: MATRIX NOSSA DE CADA DIA
PENSAMENTO DO DIA: "No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade." (Albert Einstein)

Num dos diálogos do filme Matrix, Morpheus questiona a Neo: "Você já teve um sonho, Neo, em que você estava tão certo de que era real? E se você fosse incapaz de acordar desse sonho?
Como saberia a diferença entre o mundo do sonho e o real?"
Em outro diálogo entre Morpheus e Neo, este procura a verdade:
Neo: "O que é Matrix?"
Morpheus: "Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade."
Neo: "Que verdade?"
Morpheus: "Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar: Uma prisão para a sua mente."
No conceito de ideologia, podemos afirmar que vivemos numa matrix? 
Será que vivemos numa ilusão? Que tudo é uma faz-de-conta? 
E que essa ilusão nos aparece como real?
Além disso, será que existe alguém que controla a matrix e tem em mãos a programação de nossas vidas?
Nós também temos nossa matrix, ela está aqui, como diz Morpheus, "está em toda parte, é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade".
Não existe uma grande realidade virtual, nem uma máquina que nos controla, mas idéias e ideologia que nos fazem pensar que o mundo "é assim" e "sempre será assim".
Ou seja, se existem desempregados é porque "esses não são capazes", se existe violência é porque certos "indivíduos são malvados", se existem políticos corruptos, "todos são corruptos", o mundo é feito de indivíduos de "sucesso" que devem dominar "os fracassados"... 
Enfim, não existe alternativa e é melhor se adaptar ao mundo do que tentar modificá-lo. O que existe em nossa realidade são idéias ou ideologias que servem de justificação dos interesses de determinados grupos ou classes sociais. 
Mas o que significa isso? Por exemplo, certamente os que disseminam a idéia de que o mundo sempre foi assim e sempre será se beneficiam da exploração e de sua condição de superioridade (banqueiros, donos de terras, etc).
Não interessa a eles mudar o mundo e fazer com que todos estejam bem. Suas idéias passam a ser de todos.
Que a juventude perceba que não podemos nos submeter a uma matrix ou ideologia, sem termos consciência do que realmente somos e onde estamos inseridos na sociedade.
Faz-se necessário desvendar a câmara oculta, a matrix, refletir criticamente sobre nossos pensamentos e idéias. Ou seja, pensar que nem tudo é óbvio, nem tudo pode ser normal, mas que a busca de uma sociedade mais justa e democrática requer um exercício sociológico e político para não sermos manipulados, dominados e não nos submetermos às vontades dos outros involuntariamente.
Existem idéias que devem ser contestadas e destruídas, para que não tenhamos que viver numa profunda barbárie humana por causa delas. Neste aspecto, nos colocamos ao lado de Morpheus, que sempre acreditou na libertação da humanidade diante da Matrix e jamais supôs alguma possibilidade de conciliação com quem dominava os homens.

 ATIVIDADE PROPOSTA:

EXPLIQUE: ¹. A Idea de Matrix nossa de cada dia para a juventude.
                   ². Comente a ideia de Matrix para Morpheus e Neo;

DICA DE LEITURA: 
  LEIA: Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1993.

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Apostila de Filosofia [2º ANO]                                            1º Bimestre                                     Página 11

AULA 12: NO MEIO DO CAMINHO
PENSAMENTO DO DIA: “O caráter de um homem faz o seu sentido”. Demócrito

      No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
 
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

 
ATIVIDADE PROPOSTA:

¹. Após a leitura e reflexão produza um texto com o mesmo tema.    20 linhas
².Explique o significado da pedra no meio do caminho.

DICA DE LEITURA: 

LEIA: AMADO, Jorge. Gabriela Cravo e Canela. Editora Record, Rio de Janeiro, 2000.


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Apostila de Filosofia [2º ANO]                                         1º Bimestre                                          Página 12

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